O meu pé de laranja Lima
Esse livro marcou minha infância, surgiu aquela nostalgia de tempos idos, quando peguei novamente o livrinho na estante do meu quarto. Li três capítulos em seguida e me emocionei com aquela história simples de um menino. Bem, tinha escrito um texto enorme falando sobre essa potência que é criar diante do aparente deserto, e o lindo computador apagou tudo! Então, resisto, e estou compondo outro. O deslumbramento diante da luminosidade. " Ela bebia a luz como o solo bebe a água". Pense em um desenho, o que ele é sem a dualidade luz/ sombra? Ele não existe sem esses contornos definidos. Então, encontra-se beleza não só no belo mas também no feio. Não é algo que se veja com os olhos maduros que querem só o natural. Não. É um olhar artístico, diria. Estético. Porque falar sempre do belo? Eu diria que rir é rir do absurdo humano, como ouvi, e li. Pense no Corcunda de Notre Dame, porque você o acha grotesco e ri? Sim, ele é desajeitado e terrivelmente feio, e porque você ri? A alegria nasce da criação. Seria um ser caricatural de tão exagerado. Diante da fealdade que muitas vezes nos assola há beleza, e me incomodo a sempre ver o que há de mais bonito em algo aparentemente absurdo. Nâo um riso resignado. Não. Um riso inconformado. O humor é a quintessência da vida. Sem rir seríamos pobres, pobres porque a riqueza não está no já feito, já construído, o ouro só aparece depois de longo trabalho de garimpo. Ou você acha que a luz nasce assim sem que o sol faça seu percurso? A riqueza é a capacidade de criar. Criar. Isso pode ser o que diria de onipotência infantil como Freud chamou esse nosso estranhamento do mundo. Mas a verdade é que a madureza com suas idéias conformistas, não aderem meu modo de pensar, ou ao contrário, eu resisto a elas. Criar diante do mundo é o meu lema, e seria muito ingrata com o que me foi dado se não usasse esse extraordinário dom concedido ao homem, até o limite. O dia nasce depois das trevas.
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