Indagações

IndAgAçÕeS não querem sair respeitosamente de meus pensamentos que são incontáveis. Elas são minhas perguntas que gentilmente arrombam a porta de minha mente, roubam minhas preciosas certezas e me deixam sem nada que sirva como substituto para tamanha perda psicológica. Essas ladras de verdades bem arrumadas na casa da razão, fogem dos guardas que adormeceram por um segundo. Esses, ao acordarem, não se lembram nem ao menos do dia anterior, diga-se do segundo antes do acontecido. Eles agora exercitam seus músculos à procura das respostas perdidas por cidades imensas e impossíveis. No entanto, as ladras transformaram as verdades absolutas em relativismos, mudaram seus cabelos bem arrumados por um de cor indefinível. Suas roupas confortáveis mudaram seus formatos tradicionais e foram reformuladas afim de mostrar as partes do corpo antes ignoradas, agora sendo a visão tão ampla o que antes era escondido se revela. No entanto, os guardas não reconhecem a fantasia, mostram-se confusos em relação aquela imagem cheia de apetrechos. Parece que novos guardas devem ser contratados, os antigos não servem mais. Talvez mudando os especialistas e detetives da verdade ela possa outra vez dar o equilíbrio desejado, devolver os móveis tão lindos que davam segurança, devolver as lâmpadas roubadas, os amores fugitivos. Quem sabe novos detetives não descubram onde foram parar as minhas certezas, as minhas visões simplificadas. Se eles não conseguirem refarei a minha casa com objetos de minha própria autoria, assinados pela protagonista, mostrando que novas verdades podem ser feitas, novos mundos podem surgir, e novos amores podem ser atraídos.
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