sábado, outubro 29, 2005

Fotografia


Fotografia, essa imobilidade revestida de arte. A fotografia é basicamente memória, ela é auto-realidade. Os momentos catalogados ficam todos guardados nas prateleiras, eles serão recordados quando as lembranças voltarem junto a nostalgia de um tempo já vivido, já experimentado. Essa imobilidade dá a fotografia um sentimento dificilmente expresso. Ela é um enigma. Para ser um bom fotógrafo dizem ser importante treinar o olhar, é claro que todos podem fotografar, mas nem todos encaram isso como arte. O bom fotógrafo sabe captar o essencial nas cenas, ele quer provocar mais do que apenas a recordação, ele deseja uma reflexão. Ele fotografa com o intuito de imortalizar imagens, mas essas não devem ser superficiais, com gestos já ensaiados, como se todos fossem estátuas risonhas. Ele quer captar o momento de descontração. Além disso a natureza pode revertir-se de mil cores diferentes, todas novas. Os animais tornam-se exóticos e mostram a maravilha do mundo. O mais bonito é a fotografia etnográfica, ela demonstra a cultura de povos pouco conhecidos, e que se mostram por meio dessa arte, seus costumes, seu modo de enxergar o mundo. Essa subjetividade é o que torna o artista um gênio criador de novos espaços de fantasia, além de ser ele delator de uma realidade pouco exposta, ele torna-se também um fabricante de sonhos. A fotografia digital tira um pouco da prática mais manual, mais vagarosa, que tornava a fotografia ainda mais uma arte. Diz-se que a preto e branco tem estado em voga, pois no espaço contemporâneo as cores parecem não mostrar o essencial, e como o procuram, a fotografia em preto e branco parece de uma estética adequada a esse objetivo, já que mostra nuances mais sofisticadas, em que a luz tem um papel principal.