segunda-feira, novembro 07, 2005

Praga


Havia assistido um documentário sobre uma atriz famosa. Esse documentário me levou ao filme de François Ozon: oito mulheres. Adorei. Um filme com interpretações fortes feito por mulheres francesas. Como gosto disso! Certamente nasci no lugar errado, tenho alma francesa, tudo que seja europeu toca-me de forma inusitada. Ontem assisti um documentário sobre Praga, uma pequenina cidade Tchecoslováquia. Lá seus habitantes falavam poeticamente sobre o seu amor pelo lar onde haviam nascido. Falavam de sentimentos profundos, sobre como sentiam-se os habitantes dali. Uma mulher e seu relato chamou-me a atenção: ela disse que os que moram ali conhecem-se desde criança, cresceram juntos, os sentimentos que decorrem disso ainda não sei definir, pois não é a minha realidade, no entanto, ela disse algo: as pessoas que moram aqui vão de um humor ao outro muito rapidamente, algo que não acontece com outras pessoas, podemos estar tristes e num momento rir, ou estar rindo e bruscamente chorarmos. As pessoas dão mais importância aos sentimentos do que a razão. Isso é maravilhoso! As pessoas aqui, eu falo agora, querem ser racionais, deixam as emoções de lado e isso acaba sendo fonte de sofrimento. Afinal, os sentimentos são fortes e constantes. Os habitantes dali são fragilizados, não dão conta da realidade que os circunda. Um homem dizia que qualquer problema e os moradores dali se suicidam, não conseguem lidar com o que os habita. Um outro homem falou de algo inusitado: como no ocidente existem fast foods, lá há serviços psicológicos rápidos. Que interessante! As pessoas precisam de conselhos simples que possam ajuda-los na correria. Achei de uma sensibilidade sobrenatural. Como não gostar dali. Parece que ali é o meu lugar.