segunda-feira, maio 29, 2006

" A casa de Bonecas"



O texto no teatro - Henrik Ibsen e Samuel Beckett
Diretor Sérgio Ferrara e Professor Marcus Mota
Atores: Guilherme Reis e Bidô Galvão
Os debatedores fizeram a noite valer a pena. Falaram da vida de dois escritores e tetrólogos famosos, Ibsen e Beckett. Enquanto atores interpretavam trechos da obra. Guilherme e Bidô começaram pela peça " Casa de Bonecas" escrito por Ibsen, essa peça fala da emancipação da mulher que abandona Marido e dois filhos pela sede de liberdade. " Aquilo que agente ama pode ser aquilo que te destrói", fala o debatedor. Ibsen foi criticado pela peça que segundo alguns era " Um ato libidinoso praticado em palco". Logo depois, os atores interpretam " Inimigo do Povo" feito em 1892. O 4° ato, pude escrever algumas partes do texto enquanto falavam: Fontes morais, Felicidade cega, Colossal Estupidez, Poder, Destruição, Massa amorfa, expressões impróprias, maior mentira social, razão e direito, pobre manada de fôlego curto, pseudo verdade, masa manobrada, revolucionário, a maioria não tem o monopólio da verdade, verdades caducas, plebeu moral, idéias novas, progresso, o verdadeiro mal é a probreza, os interesseiros cultivam a ignorância. Pelas frases escritas pode-se ter uma idéia da crítica social que Ibsen faz, e os atores, interpretaram com força dramática capaz de levar qualquer um à reflexão. Sérgio Ferrara contou ump pouco da história desse autor. Ibsen foi o pai do teatro realista, escreveu 25 peças, muitos outros teatrólogos beberam em Ibsen, o diálogo de suas peças sempre é muito bem elaborado. Ultimamente a embaixada de Noruega comemora o centenário da Morte de Ibsen. Ahh..e olha que curiosidade supreendente: James Joyce era apaixonado por Ibsen". Sérgio lê uma parte da Epígrafe das obra completas: " Lutar com fantasmas e Julgar-se a si próprio". Ibsen começa na Noruega com peças românticas inspiradas em sua geografia. Faz peças com dramas sociológicos refletindo o espírito alemão. Peças enigmáticas " Quando nós mortos acordamos", essa na fase simbolista. James joyce gostava de Ibsen pois este era " preciso na rotina", Sérgio assim encoraja os jovens artistas em relação ao cotidiano " Não dá para ser vanguarda todo dia". A Noruega foi dominada pela Dinamarca, depois pela Suécia, aí nasce Ibsen, em um lugar com nenhuma vida cultural, o pai perde todos os negócios, e ainda ele deve lidar com a pobreza. Corria-se o boato de que Ibsen seria um filho ilegítimo e isso permeia toda a sua obra. Na época romântica de Ibsen, ele tenta regatar a noção da Idade Média, e a identidade através do folclore, é a época de cavalheiros fantásticos, e dramas românticos. Quando na época do realismo, ele dá valor aos conflitos de classe, passa a trabalhar como teatrólogo, segundo Sérgio, a revolução vem de uma sensibilidade muito grande. A definição da Noruega onde Ibsen nasceu é de uma paisagem espetacular, vida solitária, pessoas ruminantes, lá metade dos homens são filósofos. Quando vai para Itália Ibsen liberta-se das trevas e vê a luz, é uma libertação artística. Há grande folclore e misticismo na Noruega. Ele escreve uma peça que não sei como descrever aqui, acho que seria " Pier Guint", em que ele prega a mentira como generosidade e poesia. Ele fala da coisa heróica, de elevar-se ao céu, de que você se basta a si mesmo. Ele vai para Alemanha e vive lá durante 20 anos, comece Fiodor Dostoiviski, eles são contemporâneos (não poderia ser mais propício). Surge o naturalismo, a consciência dos problemas socias, a tragédia moderna. Há um conflito revolucionário entre o tradicional e o futuro. A guerra entre a vida e o idealismo. Ele faz uma sutil análise do ser humano, escreve uma peça chamada " Espectros". Mostra o humano em sua tortuosidade, os problemas nas relações, as normas sociais corruptas, a hipocrisia institucionalizada.
Depois houve o debate da obra de Beckett, "Esperanda Godot", Marcos Mota fala que é uma cena absoluta, há um certo estranhamento, o cenário é minimalista apenas uma árvore e dois atores. A estrutura é de comédia popular. Há uma repetição, eles esperam alguém que nunca chega. Há um estatuto ontológico, um afastamento da realidade, um teatro do absurdo, é impossível não rir. Uma sequencia de atos falhados,a expectativa de que algo aconteça e nada acontece. A obra de Beckett tem inúmeras implicações, as pausas parecem um queijo suíço, pausas verbais, uma noção de descontinuidade, ações interrompidas " não dizer não significa que você não está agindo" diz Marcus. O roteiro é permeado de silêncios, há uma leitura metafísica na teatralidade. A dissociação entre palavra e movimento, agente sempre aprende por meio do obstáculo, nas dificuldades vemos seqüências, dificuldades na ação. O som e a imagem não se conectam. Na escritura teatral não há conceito unificado, as pausas são muito freqüêntes, o minimalismo é organizado para fazer sentido. Há uma desconstrução da informação, há uma eterna atualidade, como se não existisse passado nem futuro, a simplicidade é só aparente, há uma positividade na negação, dois vagabundos na beira da estrada, elementos recombinados, subjetividade fluida, impasse.